Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão. Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces?
Me perguntarão: "- Por não ter palavras, por não ter imagem. Nenhum inimigo e nenhum irmão. Que procuras?"
"-Tudo!"
"- Que desejas?"
"- Nada!"
Viajo sozinha com o meu coração. Não ando perdida, mas desencontrada. Levo o meu rumo na minha mão. A memória voou da minha fronte. Voou meu amor, minha imaginação ... Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão? Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra. (Beijo-te, corpo meu, todo desilusão! Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão!
Autor: Cecília Meireles