quinta-feira, 6 de setembro de 2007

".. AH, SE EU FOSSE MARINHEIRO
ERA EU QUEM TINHA PARTIDO
MAS MEU CORAÇÃO LIGEIRO
NÃO SE TERIA PARTIDO
OU SE PARTISSE COLAVA
COM COLA DE MARESIA
EU AMAVA E DESAMAVA
SEM PESO E COM POESIA
AH, SEU FOSSE MARINHEIRO
SERIA DOCE MEU LAR
NÃO SÓ O RIO DE JANEIRO
A IMENSIDÃO E O MAR
LESTE OESTE NORTE SUL
ONDE UM HOMEM SE SITUA
QUANDO O SOL SOBRE O AZUL
OU QUANDO NO MAR A LUA
NÃO BUSCARIA CONFORTO
NEM JUNTARIA DINHEIRO
UM AMOR EM CADA PORTO
AH, SE EU FOSSE MARINHEIRO..."
Adriana Calcanhoto

sábado, 25 de agosto de 2007

Um doce sonhar
Um difícil esperar
Um triste querer
Uma vontade de amar.
Um descanso no jardim
Um olhar no horizonte
Uma saudade que insiste
Um amor não sei onde.
Um desejo que fica
Pensamentos que voam
Uma solidão que se instala
Um amor que cala.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

DESPEDIDA

    Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão. Meu caminho é sem marcos nem paisagens. 
   E como o conheces? 
  Me perguntarão: "- Por não ter palavras, por não ter imagem. Nenhum inimigo e nenhum irmão. Que procuras?"
                            "-Tudo!"
                            "- Que desejas?"
                            "- Nada!"
    Viajo sozinha com o meu coração. Não ando perdida, mas desencontrada. Levo o meu rumo na minha mão. A memória voou da minha fronte. Voou meu amor, minha imaginação ... Talvez eu morra antes do horizonte.
    Memória, amor e o resto onde estarão? Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra. (Beijo-te, corpo meu, todo desilusão! Estandarte triste de uma estranha guerra ... )

    Quero solidão!

Autor: Cecília Meireles